quarta-feira, 16 de maio de 2012
sábado, 12 de maio de 2012
Décima segunda aula: hipertexto
A origem do conceito de hipertexto é atribuída a Vannevar Bush. De fato, Bush escreveu um artigo, em 1945, onde ele propunha uma máquina – a Memex – que seria uma extensão da memória humana, para armazenar informações. Bush, preocupado com o crescimento da produção intelectual, propunha uma forma de armazenamento que fosse além dos meios disponíveis naquela época. Ele argumentava que a forma como os dados eram organizados e arquivados, em ordem alfabética ou numérica, era artificial e dificultava nosso acesso.
Desde o surgimento da idéia de hipertexto, este conceito está ligado a uma nova concepção de textualidade, em que a informação é disposta em um ambiente no qual pode ser acessada de forma não-linear. Isto implica em uma textualidade que funciona por associação, e não mais por seqüências fixas previamente estabelecidas.
O hipertexto é usado praticamente em todos os sites disponíveis na Internet, fornecendo uma maneira de se explorar grandes conteúdos textuais em espaços (telas) reduzidos.
Esquema prático para entender melhor o que é o hipertexto:
- Hipertexto é hiperbólico (três dimensões).
- Texto digital = feito no próprio computador
- Texto digitalizado = impresso, mas escaneado
- Hipertexto = centralizado no link
Nunca o texto impresso será hipertexto.
(Em um portal da internet, não temos noção da quantia de texto; diferente do livro.)
Classificação dos hipertextos:
1. Fechado (as informações estão no próprio sistema; por exemplo: CD-ROM, DVD).
2. Aberto (os arquivos estão em sistemas externos; por exemplo: leva a outro site).
1. Hipertexto linear (página 1 < página 2 > página 3 — mas da 3 não volta à 1).
2. Hipertexto hierárquico (páginas em hierarquia: home > saúde > cabelo > cosméticos).
3. Hipertexto reticulado (permite o acesso a muitas páginas).
4. Hipertexto modelo web [em rede] (todos se conectam com todos > não existe).
Fontes:
(www.pucsp.br/~cimid/4lit/longhi/hipertexto.htm)
(www.iar.unicamp.br/disciplinas/am625.../Luis_Fernando_artigo.html)
Aulas do professor Dr. Luiz Fernando Gomes
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Anticonferênica coloquial
Na sexta feira, dia 13 de abril, aconteceu na Uniso (às 19:00 horas no Salão Vermelho do Câmpus Trujilo) uma anticonferência coloquial, ou seja, uma mesa redonda coloquial, um grande "bate-papo" entre alunos que estão fazendo TCC, já fizeram ou ainda farão.
Foram escolhidas cinco pessoas, entre alunos e ex-alunos, para dar uma pequena palestra de quinze minutos sobre seu trabalho de conclusão de curso, com o objetivo de auxiliar os outros alunos na escolha e desenvolvimento de seus temas e para aumentar a motivação.
Esse evento foi muito produtivo, pois cada participante conseguiu mostrar um pouco da dimensão do que é um TCC, seja na parte da escolha do tema, das dificuldades de restrição da pesquisa e preparação do texto, os métodos para conseguir fazer um bom trabalho e a demontração de que se você escolhe um tema apaixonante, o processo e a conclusão da pesquisa tornam-se um prazer imenso.
Todas as pessoas que participaram desse evento saíram com uma luz, algo a mais para a busca do sucesso na pesquisa e a certeza de que com dedicação e amor pode-se chegar ao sucesso. Se você acha que essa conclusão soa um pouco como auto-ajuda, tudo bem, desculpe-me a falha, mas é a mais pura verdade.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Comentários críticos sobre três blogs de colegas de sala
Primeiro blog: http://spracheundtechnik.wordpress.com/
Administradora: Luciana Garbim
Esse blog tem um nome bem criativo (e um pouco assustador), pois é linguagem e tecnologia em alemão. É um blog bem simples, mas completo em relação a proposta das aulas e com conteúdo de qualidade. O que mais me chamou a atenção foi o conteúdo sobre remixagem e o podcast.
Segundo blog: http://conexaolinguagem.blogspot.com.br/
Administradora: Aléxia Roche
Com um belo layout e um nome criativo esse blog chama a atenção do leitor . Conteúdo completo, mistura de textos e imagens fazendo com que o blog tenha boa fluência em sua leitura, intertextualidade com a divulgação de outros blogs e uma organização impecável.
Terceiro blog: http://atecnolinguagem.blogspot.com.br/
Administrador: João Paulo
Layout impecável e nome criativo. Meu colega João Paulo tem um blog completo e um conteúdo muito bem escrito, como é de se esperar de um escritor! Além disso, JP faz referência a vários outros blogs e suas postagens vão além das aulas dadas, já que coloca diversos conteúdos relacionados a linguagem e tecnologia que não foram abordados em sala, mas que ajudam no estudo e compreensão dessa matéria.
terça-feira, 3 de abril de 2012
Sexta aula: continuação das questões sobre o texto CIBER-CULTURA-REMIX
8-O que é podcast?(Discuta a origem e dados estatísticos)
O podcast é um sistema de produção e difusão de conteúdos sonoros, e seu nome é um neologismo criado a partir dos termos “iPod” e “broadcasting” (transmissão, sistema de disseminação de informação em larga escala). O podcast é um fenômeno mundial, pois em com menos de seis meses de existência, já foi possível encontrar mais de 4.940.000 referências para a palavra podcasting e estima-se que há mais de 6 milhões de usuários do sistema no mundo.
9-O podcast representa o fim do rádio? Que outras mídias prenunciaram “o fim” de suas antecessoras?
Não, ele não representa o fim do rádio, pois o podcast vem para somar aos diversos formatos broadcasting. Os livros digitais, blogs e sites de notícias anunciaram o fim dos livros de papel e dos jornais.
10-O que é blogosfera? O que são blogs e quais os tipos que existem?
A blogosfera é o conjunto de blogs ao redor do mundo. Blogs são formas de publicação onde qualquer pessoa pode facilmente dispor e começar
a emitir, seja seu diário pessoal, informações jornalísticas, emissões de áudio (os audioblogs) ou vídeos (vlogs) e fotos (fotolog), etc., sejam de caráter amador, jornalístico, humorista, literário.
11-O que é P2P? Como ele funciona?
Significa “peer to peer”e é um sistema de compartilhamento que possibilita a troca de arquivos de diversos formatos ao redor do mundo, revelando redes de sociabilidade que colocam em evidência a “cibercultura-remix”.
12-Qual é a vantagem do freenet?
A vantagem é que esse sistema torna impossível, para governos ou para as grandes corporações, restringirem o fluxo de informação digital.
13-Quais as origens dos softwares do código aberto?
No ano de 1989 Richard Stallman cria a GPL (General Public License) e a “Free Software Foundation” e escreve o primeiro projeto de software livre o GNU (acrônimo de “GNU is not Unix”). A criação foi motivada pela proibição da AT&T de utilização livre do sistema Unix. GPL não permite a apropriação privada dos trabalhos coletivos realizados, dando a todos a possibilidade de transformar e livremente distribuir as modificações. A partir daí, milhares de comunidades ao redor do mundo começaram a desenvolver softwares livres, ou os softwares de código aberto.
14-O que é GPL? GNU?
GPL significa General Public Licensee é uma licença deutilização do código fonte. GNU é o primeiro projeto de software livre e acrônimo de “GNU is not Unix”.
15-Porque o SL é um bom exemplo de cibercultura remix?
Porque o SL potencializa as três leis da cibercultura remix.
16-Acesse o site mencionado na nota de rodapé n°16 e poste em seu blog um comentário sobre o site.
A reportagem da BBC sobre “cidadãos digitais” é um ótimo trabalho. Fala sobre como a tecnologia pode fazer com que qualquer pessoa tenha “sua própria” Hollywood e como a internet dá chance de as pessoas relatarem acontecimentos, notícias, histórias e tudo o que for possível com uma velocidade e facilidade incríveis.
17-Quais os 3 argumentos de Manovich para o remix como nova mídia?
Manovich diz que o processo de “re-mixagem” começa com o pós-modernismo, ganha contornos planetários com a globalização e atinge seu apogeu com as novas mídias, que todos deviam aproveitar o mesmo bem e compartilhar as mesmas crenças e que cada cidadão pode construir seu próprio estilo de vida personalizado e “selecionar” sua ideologia de um grande (mas não infinito) número de escolhas. A lógica da nova tecnologia de mídia reflete essa nova lógica social.
18-Acesse o site oficial do Manovich,coloque o link dele no seu blog e poste um comentário sobre qualquer texto do site.
Manovich tem excelentes artigos e um dos que me chamaram a atenção foi o What is Digital Cinema? (1995), no qual o autor propõe seguir uma trajetória histórica a partir de técnicas do século XIX para criar imagens em movimento até o cinema e animação do século XX, em seguida chega a uma definição de cinema digital, abstraindo as características comuns e metáforas de interface de uma variedade de software e hardware que estão atualmente substituindo a tecnologia de filme tradicional mostrando que esses recursos e metáforas sugerem uma lógica distinta de uma imagem digital em movimento, a qual, subordina a fotográfica e a cinematográfica para o pictórico e o gráfico, destruindo a identidade do cinema como uma arte mídia. Por último, Manovich analisa diferentes contextos de produção que já utilizam imagens digitais em movimento - Hollywood filmes, vídeos de música, CD-ROM de jogos e obras -, a fim de ver se e como essa lógica começou a se manifestar.
Link para o site oficial de Lev Manovich: http://manovich.net/
19-O que é copyleft?
O copyleft é um hacking do copyright, um modelo para contratos de adesão
que busca corrigir falhas sociais no direito autoral padrão.
20-Traduza a citação final do texto e comente-a.
Nada é sagrado... Tudo é "domínio público". Download, remix, editar, sequência, emendar isto em seu banco de memória... a informação se move através de nós com a velocidade do pensamento, e, basicamente, qualquer tentativa de controlá-lo sempre sai pela culatra "
Essa citação resume exatamente como é a sociedade digital moderna: tudo pertence a todos e as informações correm pelo mundo inteiro num piscar de olhos, descontroladamente.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
sexta-feira, 16 de março de 2012
Quinta aula:Remixagem
De acordo com o professor André Lemos, a remixagem é o conjunto de práticas sociais e comunicacionais de combinações, colagens, cut-up de informação a partir das tecnologias digitais.
A remixagem pode ocorrer em literatura, cinema, música e pintura com as releituras (como acontece, por exemplo, na obra Orgulho e Preconceito e Zumbis, baseada no romance Orgulho e Preconceito de Jane Austen), plágios e nas remixagens feitas com permissão dos todos os autores das obras.
Nos quadrinhos (também em outras áreas do entretenimento) há as fanfics, histórias paralelas às originais, criadas por fãs, uma homenagem dos fictores (como são chamados os criadores de fanfics) às histórias e personagens que apreciam.
Uma curiosidade que acontece em relação à música é que o artista Vanilla Ice fez uso da canção Under Pressure da banda Queen sem permissão, plageando a música da banda inglesa.
Através desse vídeo comparando as duas músicas, pode-se perceber a cópia "escancarada" feita por Vanilla.
Quarta aula: Questões baseadas no texto CIBER-CULTURA-REMIX de André Lemos*
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André Lemos |
1- O que é cibercultura e quais suas características?
Cibercultura são as relações entre as tecnologias informacionais de comunicação e informação e a cultura, emergentes a partir da convergência informática/telecomunicações na década de 1970. Trata-se de uma nova relação entre as tecnologias e a sociabilidade, configurando a cultura contemporânea (Lemos, 2002). A cibercultura tem criado o que se vem chamando de “citizen media”, ou “mídia do cidadão”, no qual cada usuário é estimulado a produzir, distribuir e reciclar conteúdos digitais, sejam eles textos literários, protestos políticos, matérias jornalísticas, emissões sonoras, filmes caseiros, fotos ou música.
2- O que é remixagem?
A remixagem é o conjunto de práticas sociais e comunicacionais de combinações, colagens, cut-up de informação a partir das tecnologias digitais.
Ela começa com o pós-modernismo, ganha contornos planetários com a globalização e atinge seu apogeu com as novas mídias (Manovich).
3- Qual é a origem do copyright e qual sua finalidade?
Surge com o capitalismo e a imprensa a partir do século XVIII e é usada para controlar a circulação de bens tangíveis e intangíveis, através da qual o autor cede o seu direito aos editores em troca de pagamento de royalties.
4- Quais são as 3 leis da estrutura midiática da internet? Explique-as.
As três leis são: a liberação do pólo da emissão, o princípio de conexão em rede e a reconfiguração de formatos midiáticos e práticas sociais.
Na primeira lei as diversas manifestações socioculturais contemporâneas mostram que o que está em jogo com o excesso e a circulação virótica de informação nada mais é do que a emergência de vozes e discursos, anteriormente reprimidos pela edição da informação pelos mass media.
A segunda lei começa com a transformação do PC (computador pessoal, início da microinformática em 1970) em CC (computador coletivo, com o surgimento da internet e sua popularização nos anos 80 e 90), e o atual CC móvel (computador coletivo móvel, a era da ubiqüidade e da computação pervasiva desse início de século XXI com a explosão dos celulares e das redes Wi-Fi). Tudo comunica e tudo está em rede: pessoas, máquinas, objetos, monumentos, cidades.
Na terceira lei o que chamamos aqui de reconfiguração encontra eco na idéia de “remediação” (remediation) de Bolter e Grusin (Bolter e Grusin, 2002). A idéia de reconfiguração vai, entretanto, além da remediação de um meio sobre o outro (por exemplo o cinema nos jogos eletrônicos e vice-versa). Por reconfiguração compreendemos a idéia de remediação, mas também a de modificação das estruturas sociais, das instituições e das práticas comunicacionais.
5 - Qual a relação entre a remixagem e a cultura?
A remixagem dominou a cultura ocidental desde a segunda metade do século XX, mas adquiriu aspectos planetários no começo de século XXI. Nossa cultura não é uma cultura da simples apropriação ou empréstimo, da produção, do produto ou da audiência, mas uma cultura da participação, e essa participação se dá pelo uso e livre circulação de obras.
6- Fale sobre a arte eletrônica.
A arte eletrônica ultrapassa os limites da realidade, coloca em sinergia processos interativos, abertos, coletivos e planetários, problematizando as noções de espaço e de tempo, o lugar do espectador e do autor, os limites do corpo e do humano. Com as tecnologias cada vez mais modernas, as possibilidades da arte eletrônica não têm limitações e a partir das tecnologias digitais surgem novos formatos como a música eletrônica, a “body arte”, a “web-arte”, a “net-arte”, os hipertextos, a robótica, a realidade virtual, as instalações interativas, e as demais formas artísticas em interface com a literatura, o cinema, o teatro e a dança.
*ANDRE LEMOS É ENGENHEIRO, MESTRE EM POLÍTICA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA PELA COPPE/UFRJ E DOUTOR EM SOCIOLOGIA PELA UNIVERSITÉ PARIS V (RENÉ DESCARTES), 1995. PÓS-DOUTOR PELAS UNIVERSITY OF ALBERTA E MCGILL UNIVERSITY NO CANADÁ (2007-2008). É PROFESSOR ASSOCIADO DA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA E PESQUISADOR "1 B" DO CNPQ. É MEMBRO TITULAR DO COMITÊ ASSESSOR DO CNPQ PARA A ÁREA DE COMUNICAÇÃO (2009-2012) E COORDENADOR DO COMITÊ ASSESSOR PARA AS ÁREAS DE COMUNICAÇÃO, CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO, MUSEOLOGIA E ARTES DO CNPQ (2011-2012) ANDRÉ LEMOS FOI PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO - COMPÓS, COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E CULTURA CONTEMPORÂNEAS (FACOM/UFBA) E CHEFE DO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO (FACOM/UFBA).. ATUALMENTE COORDENA 1 PROJETO DE PESQUISA NO CNPQ - GRUPO DE PESQUISA EM CIBERCIDADE GPC (CADASTRADO NO CNPQ). FOI RECENTEMENTE NOMEADO TITULAR NA COMISSÃO DE ASSESSORAMENTO PARA A ÁREA DE ARTES, COMUNICAÇÃO E CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO DO CNPQ (2009 a 2013). MEMBRO FUNDADOR DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM CIBERCULTURA (ABCIBER). ATUA NA AREA DE COMUNICAÇÃO E SOCIOLOGIA, COM ÊNFASE EM CIBERCULTURA. COORDENADOR E AUTOR DE DIVERSOS BLOGS, EDITOR DAS REVISTAS 404NOTFOUND (UFBA), CIBERCULTURA (ITAÚ CULTURAL), CONTEMPORÂNEA (UFBA). MEMBRO DE DIVERSAS COMISSÕES CIENTÍFICAS DE REVISTAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS, PARTICULARMENTE DA REVISTA SOCIÉTÉS, FRANÇA, TEKNOKULTURA, ESPANHÃ, CANADIAN JOURNAL OF COMMUNICATION E WI. JOURNAL OF MOBILE MEDIA, CANADÁ. CONSULTOR AD HOC DA FAPESB, FAPESP, CEPQ, CAPES. MEMBRO DE COMISSÕES JULGADORES NACIONAIS E INTERNACIONAIS COMO "BEST OF BLOGS", DEUTSCHE WELLE (BONN, ALEMANHA), "ARS ELECTRONICA" (LINZ, ÁUSTRIA), MEMEFEST, PRÊMIO SÉRGIO MOTA (BRASIL), ENTRE OUTROS
sexta-feira, 2 de março de 2012
Tirinhas
O humor nessa tirinha é causado pela dúvida do pai quanto a idade do namorado da filha e a confirmação dessa hipótese através da variação linguística que o "rapaz" utiliza, considerada muito antiga.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Terceira aula: Resumo - Sobre língua, linguagem e Linguística: uma entrevista com Mário A. Perini
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Mário Perini |
PERINI, Mário A. Sobre língua, linguagem e Linguística: uma entrevista com Mário A. Perini. ReVEL.
Vol. 8, n. 14, 2010. ISSN 1678-8931 [www.revel.inf.br].
O que é língua?
Língua é um sistema programado em nosso cérebro que,
essencialmente, estabelece uma relação entre os esquemas mentais que formam
nossa compreensão do mundo e um código que os representa de maneira perceptível
aos sentidos. Esse sistema é muito complexo, pois possui regras, itens léxicos,
expressões idiomáticas e acredita-se que esse sistema seja inato
em uma parte, ou seja, já nascemos com a
capacidade de aprender e desenvolver uma língua e por parte não é inato, pois
precisa ser aprendido por observação, como fazem as crianças.
Qual a
relação entre língua, linguagem e sociedade?
O conceito de linguagem é mais amplo que o conceito
de língua. Língua é uma das inúmeras
manifestações de linguagem. Sendo assim, a relação da linguagem com os seres
humanos e sua interação é extremamente importante e a principal manifestação
que impulsiona isso são as línguas. Elas são a imagem que um povo tem de si,
confunde-se com a maior parte da cultura desse povo e é uma arma política
poderosa.
Há vínculos
necessários entre língua, pensamento e cultura?
Podemos usar a língua para pensar, e fazemos isso
sempre. O conhecimento e o uso da língua são formas de pensamento. Quando
usamos uma língua, utilizamos todo tipo de conhecimento de mundo, numa
fronteira que aproxima esses dois tipos de conhecimento. Em relação ao vínculo
entre língua e cultura, ela se dá devido ao fato de as manifestações de base lingüística
estarem inseridas na cultura.
A linguagem
tem sujeito?
Antes de responder a pergunta, há a necessidade de se
definir o que se entende por “sujeito”.
O que é
linguística?
É o estudo dos códigos usados pelas pessoas para se
comunicarem, e da capacidade inata que nos permite levar a efeito essa
atividade. Alguns linguistas afirmam que a principal função da linguagem é
permitir o pensamento e a comunicativa seria apenas secundária. Mas na verdade
podemos pensar sem utilizar a linguagem e não podemos nos comunicar sem ela,
não havendo dúvidas de que a função comunicativa é a primordial. A fonte
principal dos dados dos linguistas está nas línguas naturais (português,
caxinauá, húngaro e alemão, por exemplo) e a linguística estuda a evolução
histórica das línguas, as variantes que uma língua mostra segundo seu uso pelas diferentes classes sociais, as variantes regionais, o
processo de aquisição da linguagem pelas crianças e vários outros aspectos da
estrutura e do uso das línguas. Ela também busca descobrir os traços comuns a todas
as línguas.
A
linguística é ciência?
A melhor resposta seria dizer que a linguística pode
ser uma ciência, dependendo de como a praticarmos. Digamos que é uma ciência
empírica porque descreve um aspecto do universo e constrói teorias que
expliquem os fenômenos descritos. Alguns linguistas atuais acreditam ser mais
importante criar teorias do que descrever fatos de maneira sistemática, precisa
e escrupulosamente fiel aos dados da observação, tornando a linguística uma
não-ciência. Então a linguística é uma ciência na medida em que se ocupa
sempre, em última análise, do estudo de dados reais, tirados do uso normal das
línguas.
Para que
serve a linguística?
Serve para aumentar nosso conhecimento e nossa
compreensão de alguns aspectos do mundo, para descrever e explicar o fenômeno
da linguagem, na medida do possível.
A
linguística teria algum compromisso necessário com a educação?
Como ciência não tem compromisso com a educação, mas
os linguistas, como cidadãos, sim. As principais aplicações do conhecimento
linguístico se voltam para questões educacionais, tornando linguística e
educação ligadas de perto na prática.
Como a
linguística se insere na pós-modernidade?
Pode-se explicar através de três sentidos em que se
emprega o termo “pós-modernidade”. O
primeiro é um movimento que possui objetivo de subordinar o trabalho científico
a considerações de ordem ideológica, com o interesse
de fazê-lo politicamente correto. No segundo, a pós-modernidade se refere à
tendência de abandonar a ideia de ciências autônomas para concentrar atenção
nas áreas limítrofes, nas chamadas interfaces, negando-se às vezes a
possibilidade de estabelecer limites, promovendo uma interação cada vez maior
com as áreas antes consideradas marginais. E o terceiro sentido, mais visível
no campo da análise do discurso, refere-se a adaptar à linguística certas
ideias sobre ciência em geral, às vezes conhecidas sob o rótulo de “construtivismo
social”.
Quais os
desafios da linguística para o século XXI?
Do ponto de vista teórico-metodológico, o desafio é
basicamente uma reavaliação rigorosa e impiedosa das teorias à luz dos dados da
experiência, ou seja, valorizar o trabalho descritivo frente à elaboração de
teorias e modelos de
análise. Do ponto de vista da relação da linguística
com as áreas limítrofes, será necessário levar em conta a relevância da
informação de ordem psicológica, cognitiva e sociológica para a descrição das
línguas, e muito em especial para a construção da teoria. À medida em que
avança o século, a linguística deverá, em parte, redefinir-se progressivamente.
Segunda aula: língua, fala e linguagem
Basicamente, a diferença entre língua e fala é que a primeira é social, possui um conjunto de regras e é independente dos indivíduos, já a segunda é o uso particular que cada um faz da língua, concretizando-a.
A língua é um sistema homogêneo e abstrato de signos com elementos limitados, mas que podem ser articulados entre si, formando infinitas sentenças. Esse sistema é composto por unidades mínimas, que no caso das línguas são os fonemas, até chegar à complexidade dos níveis fônicos, semânticos e léxicos.
A fala depende da vontade e da inteligência do indivíduo, sendo subjetiva. Ela é heterogênea, assistemática, variável e momentânea. Pela fala, a língua se atualiza e se transmite através das pessoas e do tempo.
Linguagem é o resultado da interação entre língua e fala. É um conceito muito mais amplo que isso na verdade e a língua e fala são apenas uma pequena parte de tudo que a linguagem engloba. É uma área minada pelas teorias e filosofias que dela se ocuparam.
De acordo com Saussure, ela é "multiforme e heteróclita; cavalgando sobre diferentes domínios, ao mesmo tempo físico, fisiológico e psíquico, ela pertence ainda ao domínio individual e ao domínio social; ela não se deixa classificar em nenhuma categoria dos fatos humanos, e é por isso que não sabemos como determinar sua unidade."
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Vídeo explicativo
Este é um pequeno vídeo introdutório sobre a Educação a Distância feito pela equipe de EAD da Uniso.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Primeira aula: apresentação
Olá! Bem vindo ao Expresso da Linguagem. Este blog foi criado especialmente para o componente curricular Linguagem e Tecnologia, ministrado pelo Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes, especialista nessa área e que pesquisa questões envolvendo a tecnologia no cotidiano escolar, do 5º período do curso de Letras, da Universidade de Sorocaba.
Aqui serão postados resumos das aulas e informações referentes a linguagem e a tecnologia, sendo um caderno de anotações virtual.
Espero que essa seja uma experiência satisfatória e com bons resultados.
O expresso partiu!!!!!
Aproveite a viagem!!!!!!
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